quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Novas oportunidades para as áreas rurais

 O espaço rural em Portugual é multifacetado, polivalente e lucrativo. Este é caracterizado pela sua riqueza e diversidade de recursos naturais, humanos e culturais e pelas dificuldades que acentuam os contrastes com o espaço urbano. O espaço rural necessita que se preservem os seus valores, cultura e património e que se mobilize a potencialização dos recursos locais. Isto consegue-se com a fixação de população e com o desenvolvimento de atividades económicas sustentáveis.

 As áreas rurais têm como pontos fracos a perda e o envelhecimento da população, o baixo nível de instrução e qualificação, as explorações de pequena dimensão, a falta de emprego, o abandono de terras agrícolas, a carência de equipamentos e serviços, a insuficiência de redes de transportes, o baixo poder de compra,...

 Já como pontos positivos, tem um património rico e diversificado, grande valor paisagístico, baixos níveis de poluição, elevada perservação ambiental, infranstruturas e equipamentps e uma recente rede de acessibilidade. A sociedade atual recorre ao espaço rural para satisfazer as necessidades tendenciosas, como a procura de produtos de qualidade, a procura de atividades de lazer, a valorização das energias renováveis e a preocupação com a preservação dos recursos naturais e ambiente.

 As atuais políticas de desenvolvimento rural incentivam os agricultores a assumirem o papel de guardiães da paissagem e de prestadores de serviços ambientais para a promoção do desenvolvimento sustentável. Estes são sete:

1. Turismo no espaço rural

 Uma das atividades que tem demonstado maior mobilização das áreas rurais é o turismo no espaço rural. Pretende proporcionar ao turista conhecimento sobre práticas, tradições e valores da sociedade rural, valorizando todos os seus aspetos, desde a paisagem, à gastronomia.

 A sua procura tem vindo a crescer devido à aumento do interesse pelo património, pela natureza e pela saúde, à crescente procura de descanso e evasão, à valorização da diferença e da oferta turística personalizada e ao aumento do nível de instrução.

 Este ramifica-se em cinco modalidades habitacionais:

  • Turismo de habitação - solares, residências de valor arquitetónico, com dimensão, mobiliário e decoração de qualidade;
  • Turismo rural - casas rústicas de elevado valor etnográfico;
  • Agroturismo - os hóspedes participam em atividades de exploração agrícola;
  • Casas de campo - casas rurais ou abrigos de montanha, com características arquitetónicas locais, em que o proprietário pode residir;
  • Turismo de aldeia - conjunto de cinco casas, no mínimo, na aldeia que mantêm no conjunto as características paisagísticas e arquitetónicas da região.

 Também se pode distinguir seis modalidades ocupacionais:

  • Turismo ambiental - atividades ao ar livre (canoagem, parapente, ciclismo,...);
  • Turismo fluvial;
  • Turismo cultural - património arqueológico, histórico, etnográfico;
  • Turismo gastronómico e enoturismo;
  • Turismo cinegético;
  • Turismo termal.

 Deve-se evitar problemas ocorridos devido à procura de lucro fácil e rápido:

  • Aumento excessivo da capacidade de alojamento;
  • Subaproveitamento do solo agrícola;
  • Falta de formação profissional dos intervenientes;
  •  Massificação das formas de turismo mais acessíveis;
  •  Perda do fator humano e das relações personalizadas;
  •  Degradação dos recursos naturais;
  •  Perturbação dos ecossistemas;
  • Desfiguração das paisagens.

 A atividade turística nas áreas rurais deve  ser um complemento em equilíbrio com as atividades principais deste espaço (a agricultura) como um elemento do processo de desenvolvimento integrado

2. Desenvolvimento de produtos de qualidade

 A existência de grande variedade de produções animais e vegetais tradicionais com especificidades locais e regionais precisa de preservação e potencialização e tem a vantagem competitiva dos mesmos ainda serem (quase sempre) de produção extensiva.

 O artesanato e os ofícios artesanais, ligados a uma identidade cultural, garantem a preservação do saber tradicional e identidade local, permitem a diversificação das atividades rurais e têm uma grande procura  pelos turistas.

3. Indústria no espaço rural

 A indústria presente no espaço rural (agroalimentar, florestal e extrativa e transformadora) é o motor de desenvolvimento regional, pois cria emprego, atrai e fixa população, desenvolve atividades produtoras de matéria prima, desenvolvem indústria complimentares e diferentes serviços a jusante e aumentam a riqueza devido ao valor acrescentado que reverte para a região.

 As zonas rurais atraem indústria devido à mão-de-obra barata, às infraestruturas de boa acessibilidade, aos serviços de apoio à atividade produtiva e às políticas locais ou centrais de atração/fixação.

4. Serviços no espaço rural

 A instalação de serviços no espaço rural desempenha um papel duplo: melhora a qualidade de vida e cria postos de trabalho.

 Os serviços de proximidade, cultura, desporto, formação profissional e apoio técnico aos agricultores são fundamentais para o desenvolvimento do espaço rural.

5. Desenvolvimento da silvicultura

 A silvicultura é um fator de desenvolvimento sustentável pela grande variedade de espécies e grande variedade de produção.

 Desempenha funções económicas, sociais e ambientais.

 A fragmentação da propriedade florestal, os limites das propriedades muito difusos ou desconhecidos, a baixa rendibilidade (ritmo lento de crescimento das espécies), a atividade de elevado risco (incêndios florestais), o despovoamento, o abandono da pastorícia e o abandono da recolha do mato e lenhanto da silvicultura são obstáculos ao seu desenvolvimento.

 É possível incentivar o desenvolvimento da silvicultura através da promoção do emparcelamento, da criação de instrumentos de ordenação e gestão florestal, da promoção do associativismo, da formação profissional e da investigação florestal, da diversificação das atividades nas explorações florestais e agroflorestais, do combate à vulnerabilidade a pragas e doenças, da simplificação dos  processos de candidaturas a programas de apoio e da prevenção de incêndios.

6. Energias renováveis

 As energias "verdes" valorizam os recursos existentes e criam novas oportunidades de desenvolvimento.

7. Estratégias políticas

 As medidas políticas visam estimular e dar condições de investimento aos cidadãos, através de medidas agroambientais, de indeminizações compensatórias e do apoio à gestão sustentável da silvicultura.

A PAC

  A Política Agrícola Comum, também conhecida por PAC, foi idealizada em 1957, no Tratado de Roma, pela CEE, já que a agricultura europeia estava muito subdesenvolvida. Consiste num conjunto de normas e apoios, postos em prática em 1962, definidos para o setor agrícola da União Europeia. Os agricultores tinham rendimentos baixíssimos e o contraste entre as áreas urbanas e as rurais era evidente.

 Antes da PAC, a agricultura era pouco produtiva, impossibilitando os produtores de sustentar a família e a abundância de alimentos para a população, o que provoca disparidade nos preço, e utilizava técnicas retrógradas.

 A PAC tinha como objetivos iniciais:

  • aumentar a produtividade da agricultura, otimizando os fatores de produção;
  • garantir um padrão de vida justo aos agricultores;
  • estabilizar os mercados;
  • garantir a segurança do abastecimento;
  • assegurar preços razoáveis.

 Já os seus princípios são:

  • unificar o mercado, com a criação da Organização Comum de Mercado (OCM);
  • a preferência comunitária, estabelecendo tarifas à importação e subsídios à exportação;
  • a solidariedade financeira, conferida através de fundos comunitários.

Temos como exemplo a atribuição do FEOGA-Orientação, que consiste num financiamento de programas e projetos para a melhoria das estruturas agrícolas, e do FEOGA-Garantia, que financia as despesas da regulação dos preços dos mercados.

 A PAC foi bastante eficiente, conseguiu triplicar a produção agrícola, reduzir a superfície e a mão-de-obra utilizadas, com a mecanização, investigação científica e novas tecnologias, e tanto os rendimentos como a produtividade dos agricultores aumentaram.

 Disto, resultaram diversos problemas, como:

  • excedentes agrícolas e quantidades não escoáveis;
  • deslocação da curva da oferta e da procura;
  • custos elevados de armazenamento e conservação;
  • peso excessivo da PAC;
  • graves problemas ambientais.

Estas adversidades levaram a que mudanças fossem refletidas.

1984 - Introdução de um sistema de quotas à produção de certos produtos.

1988 - Criação de condições de descida automática de preços na proporção da quantidade excedida.
              Formalização do set-aside, subsídios para não cultivar parte da exploração.
              Prémios aos produtores que reduzissem a produção.

1992 - Deu-se a primeira reforma da PAC, para...

  1. Reequilibrar os mercados.
    • Continuação das quotas e do set-aside.
    • Redução dos preços garantidos aos produtores.
    • Criação de ajudas diretas aos produtores sem ligação à quantidade produzida.

  2. Preservação ambiental.
    • Incentivos ao pousio temporário, à agricultura biológica, à silvicultura; à pluriatividade.

           Apesar das alterações, os apoios foram ineficientes e os problemas ambientais e as desigualdades entre agricultores acentuaram-se.

2000 - Surge a Agenda 2000, que adotou mudanças, mas manteve os pilares, priorizando o desenvolvimento rural, a segurança alimentar, o bem-estar animal, o meio ambiente e a silvicultura.
           As medidas revelaram-se insuficientes, visto que a falta de competitividade no mercado mundial, a desigualdade na repartição dos apoios e a destruição ambiental dos sistemas intensivos prevaleceram.

2003 - Criou-se a segunda reforma da PAC:

  • Os produtores passam a poder escolher o que produzir, adaptando-se aos mercados;
  • Os pagamentos tornam-se únicos por produção;
  • Princípio da condicionalidade - os produtores têm de respeitar as normas de proteção ambiental para receberem ajudas.

2008 - Com o intuito de modernizar, simplificar, racionalizar a PAC e  remover restrições aos agricultores para reagirem aos sinais do mercado e enfrentarem novos desafios, determinou-se:

  • simplificar o regime de pagamento único;
  • adaptar mecanismos de mercado a novas oportunidades;
  • responder a novos desafios ambientais.

2013 - Aconteceram grandes mudanças para tornar a PAC mais justa. Decide-se:

           Divide-se em quatro temas:

           1. Uma PAC mais justa

  • Garantir que nenhum estado membro recebe menos de 75% da média comunitária em 2019;
  • Redução dos níveis de divergência entre explorações dentro de um estado membro - a ajuda por hectare não pode ser inferior a 60% da média da ajuda em 2019 numa única região agronómica;
  • Aumento do apoio às pequenas e médias explorações, através de ajudas mais elevadas para os “primeiros hectares”;
  • Funcionamento da Área de Pagamentos Regime Simplificado (SAPS) para os novos estados membros até 2020;
  • Forte incentivo para os jovens agricultores constituírem uma empresa – novo suplemento de ajuda de 25% nos primeiros 5 anos;
  • Os estados membros podem alocar maiores ajudas para regiões desfavorecidas;
           2. Reforço da posição dos agricultores na cadeia de produção de alimentos
  • Promoção de organizações profissionais e interprofissionais – regulamentação específica sobre o direito da concorrência;
  • Quotas do açúcar abolidas em 2017 e organização do setor do açúcar reforçada;
  • Substituição no setor do vinho do sistema de direitos de plantação por mecanismo dinâmico de gestão do plantio-autorização com maior envolvimento dos profissionais.
           3. Ambientalismo
  • 30% dos pagamentos diretos serão vinculados a três práticas agrícolas ambientalmente mais amigáveis;
  • Pelo menos 30% do orçamento dos programas de desenvolvimento rural terá de ser atribuído a medidas agroambientais, ao apoio à agricultura biológica, ao investimento ambientalmente amigável ou a medidas de inovação;
  • Intensificação de medidas agroambientais para complementar as práticas de arborização.
           4. Eficiência e transparência
  • Será duplicado o montante para apoiar a investigação, a inovação e a partilha de conhecimentos;
  • Programas de desenvolvimento rural passam a ser coordenados com outros fundos comunitários e a abordagem setorial passará a abordagem estratégica nacional ou regional mais adaptável;
  • Um regime simplificado de ajuda para pequenos agricultores passará a estar disponível;
  • Serão tornados públicos os detalhes de todas as ajudas da PAC (exceto os valores muito pequenos para os pequenos agricultores).

           Estes aspetos entraram em vigor a 1 de janeiro de 2014.

 A PAC passou por quatro períodos distintos:

1962 a 1992 - Direcionada, quase exclusivamente, para os subsídios à exportação e apoios aos preços de mercado.

1992 a 2003 - A intervenção no mercado agrícola é substituída por esquemas de "ajuda direta" aos agricultores.

2003 a 2013 - Ajudas diretas são substituídas por regime de pagamento único por exploração.

A partir de 2014 - Ajuda aos agricultores para se adaptarem à evolução das necessidades do mercado e garantir um abastecimento alimentar sustentável.

Reflexos da PAC na agricultura portuguesa

 Antes da adesão à CEE, a agricultura correspondia a 17% do PIB e a 30% dos empregos. Portugal tinha um enorme atraso em relação aos países pertencentes à comunidade. A produtividade e o rendimento eram muito inferiores aos da média europeia, o investimento era reduzido, as técnicas pouco desenvolvidas, as infraestruturas escassas e a concorrência em mercados internos e externos era inexistente. Havia um significativo défice na balança comercial do setor.

 Estas fragilidades foram reconhecidas no Programa Pré-adesão e no Tratado de Adesão, permitindo Portugal beneficiar de condições especiais, numa integração faseada. 

 1ª Etapa - até 1990

  • Portugal não foi sujeito às regras de preços e mercados da PAC.
  • Recebeu incentivos do Programa Específico de Desenvolvimento da Agricultura Portuguesa (PEDAP), para promover a modernização acelerada.

 2ª Etapa - até 1995

  • A transição foi progressiva até à adequação das regras comunitárias.

 A integração foi bastante difícil, pelo desaparecimento das ajudas na segunda etapa e das sucessivas alterações da PAC. A concretização do Mercado Único em 1993 abriu o país antes do tempo. O mercado tinha muita oferta. O rendimento médio e de área beneficiavam alguns setores e os países que mais produziam. Os agricultores estavam endividados devido às elevadas taxas de juros.

 Portugal sofre duas vezes o impacto da PAC: na entrada, reestruturação forçada das estruturas agrícolas, e na reforma da PAC de 1992, redução da mão de obra e redução das explorações.

 Por outro lado, a reforma da PAC de 2013 beneficia Portugal. Receberá 7,7 mil milhões de euros. Apesar da redução orçamental, há alterações na PAC que beneficiam Portugal:

  • Inclusão do país nos apoios europeus a projetos de regadio. Permite o financiamento da última fase do projeto do Alqueva.
  • Mudança do valor mínimo das ajudas diretas por hectare a cada agricultor. No caso português, serão 200 €, em vez de 196 € fixados.
  • Majoração em 10% das ajudas aos países sob resgate financeiro. Portugal passa a receber 95% do cofinanciamento em vez dos 85%.

A nova PAC 2023 - 2027

 Neste próximo período orçamental da PAC, a sustentabilidade terá grande destaque. Tem como objetivos:

  • Garantir uma renda justa aos agricultores;
  • Aumentar a competitividade pelo conhecimento e pela inovação;
  • Melhorar a posição dos agricultores na cadeia de produção alimentar;
  • Ação de mudança climática;
  • Cuidado ambiental;
  • Preservar as paisagens e a biodiversidade;
  • Suportar os custos da renovação geracional;
  • Promover o dinamismo das áreas rurais;
  • Proteger a qualidade da alimentação e da saúde.

Certificação de produtos 

 A imensa riqueza e variedade de produtos alimentares na Europa favorece a cópia e a usurpação do nome e identidade. Esta concorrência desleal desencoraja os produtores e induz o consumidor em erro nas suas escolhas. A União Europeia criou, em 1992, o sistema de proteção e de valorização dos produtos agroalimentares.

 1. DOP - Denominação de Origem Protegida

 Este identifica um produto de origem dum local ou região determinados, cuja qualidade ou características se devam a tal, incluindo os seus fatores naturais e humanos e cujas fases de produção tenham todas lugar na área geográfica delimitada.

 2. IGP - Indicação Geográfica Protegida

 Este identifica um produto de origem dum local ou região determinados, cuja qualidade ou características se devam, essencialmente, a tal, e em relação ao qual, pelo menos, uma das fases de produção tenha lugar na área geográfica delimitada.

 3. ETG – Especialidade Tradicional Garantida

 Este descreve um produto que resulte de um modo de produção, transformação ou composição que corresponda a uma prática tradicional, isto é, produzido a partir de matérias-primas ou ingredientes utilizados tradicionalmente.


sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Processos de formação de palavras

Derivação

  Prefição - Adição de um prefixo;

    Des + montar = Desmontar

  Sufixação - Adição de um sufixo;

    Feliz + mente = Felizmente

  Parassíntese - Adição de um prefixo e de um sufixo;

    A + manha + cer = Amanhecer

  Derivação não afixal - Formação de nomes a partir de verbos;

    Buscar ⇨ Busca

  Conversão - Palavra que é, simultaneamente, um nome e um verbo;

    Jantar

Composição

  Morfossintática - Palavra + palavra;

    Amor perfeito

  Morfológica - Palavra + radical ou radical + radical;

    Agricultura
    Biblioteca

A "bíblia" contemporânea: "Os Lusíadas" e a moralidade

 Camões, o mais ilustre poeta lusitano, estava, de facto, à frente do seu tempo. Para além de ser o expoente máximo da poesia portuguesa, era um influenciador, visto que as suas reflexões, que continuam atuais, serviram e servem como livro ideológico.

 Para ilustrar a premissa supramencionada, viajo até ao Canto VIII, onde o poeta, presente no cânone português, refletiu sobre o poder corruptor do "vil metal". Ao enumerar os seus malefícios, moldava o pensamento dos seus leitores, relembrando-os que a moralidade é mais importante e que não se devem deixar seduzir pelo que é material.

 Outro aspeto é que Camões, durante a sua viagem, descreve os terríveis cenários. Enquanto navegamos nas imersivas páginas da obra e lêmos aquilo de menos bom que o poeta compartilhou, refletimos sobre as nossas atitudes. Isto verfica-se na passagem em que Vasco da Gama foi raptado ou aquando alguns Deuses planeam sabotar os navegadores portugueses. Ou até na partida dos mesmos, onde podemos verificar as emoções comoventes dos amigos e familiares, o que nos faz pensar no comportamento com os nossos entes queridos.

 Para concluir, Os Lusíadas funcionam como um livro ideológico. Quando apontam os erros da sociedade, diretamente, ou quando nos faz ponderar sobre as nossas atitudes, a obra consegue moldar os leitores, tornando-os melhores pessoas.

Afonso da Costa   20 de outubro de 2023

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

A agricultura

 A agricultura é a artificialização do meio natural pelo Homem com o fim de o tornar apto ao desenvolvimento de espécies vegetais e animais.

Atividade agrícola

 Teve origem na Revolução do Neolítico, na Mesopotânia, a 9000 A.C..

 Esta dependente de fatores externos físico ou naturais (clima, relevo, solo, água) e humanos (tradições culturais, organização económica, estabilidade social, desenvolvimento tecnológico).

Clima

 A luz, temperatura e a humidade são elementos do clima que variam com a latitude e com a altitude  e que provocam assinaláveis diferenças na prática da agricultura e nas espécies cultivadas.

Relevo

 Baixas altitudes e áreas planas ou aplanadas favorecem a prática da agricultura.

 Grandes declives e elevadas altitudes prejudicam a prática da agricultura.

 A posição do relevo em relação ao Sol também influencia a agricultura: nas encostras sombrias, o aquecimento é escasso ou nulo.

Solo

 O solo, camada arável da superfície terrestre, é um elemento fundamental para a prática da agricultura.

 Tem como funções:

  • Fixar as plantas;
  • Fornecer água e nutrientes;
  • Armanazenar água e matéria orgânica;
  • Depositar minerais.
A sua fertilidade depende da riqueza em húmus - parte do solo que é constituída pela matéria orgânica decomposta.

Água

 A disponibilidade hídrica é um elemento fundamental para a prática agrícola.

 A distribuição da precipitação ao longo do ano (para reposição das disponibilidades hídricas) tem uma relação direta com a qualidade dos solos.

 Cada espécie agrícola tem exigências em disponibilidade de água distintas.

 A menor disponibilidade de água ou irregularidade de distribuição ao longo do ano implica o desenvolvimento de sistemas de rega.

Tradições culturais

 As tradições culturais transitam de geração em geração. Temos como exemplo:

  • Práticas e técnicas;
  • Usos e costumes;
  • Organização do espaço;
  • Seleção das espécies;
  • Culturas usadas.

 Nas sociedades menos desenvolvidas são o fator com mais peso no dia a dia. São transmitidas no círculo familiar.

Organização económica

 A política utilizada aquando da prática da agricultura tem um importante papel.

 Esta pode ser individualista (forte sentimento de posse da terra; propriedade muito dividida, retalhada; propriedades fechadas) ou comunitarista (posse coletiva da terra e do gado; paisagem e propriedades abertas; instrumentos, alfaias e instalações comunitárias).

 O destido da produção também tem influência. Pode ser destinada ao mercado ou ao auto consumo.

Estabilidade social

 Situação política é determinante para que ocorram condições para a produção. Conflitos políticos e sociais prejudicam ou impedem o trabalho das populações e as culturas.

Desenvolvimento tecnológico

 A tecnologia utilizada relaciona-se com o desenvolvimento do pais. Permite contrariar ou contornar as condições adversas da natureza e permite o aumento das produções e diminuição da mão de obra. Por sua vez, conduz à mecanização, intensividade e extensividade da agricultura.

Paisagens agrárias

Espaço rural - Espaço com características próprias da prática da agricultura, de grande dispersão populacional e habitacional. Caracteriza-se pelas:

  • Parcelas cultivadas;
  • Unidades pecuárias;
  • Áreas florestais;
  • Habitações;
  • Unidades industriais (dispersas);
  • Unidades comerciais e serviços (básicos).

Espaço agrário - Área dentro do espaço rural ocupada pela produção agrícola, atividades complementares e afins. Caracteriza-se pelas:

  • Parcelas cultivadas;
  • Pastagens;
  • Áreas florestais;
  • Habitações dos agricultores;
  • Infranstruturas e equipamentos.
Espaço agrícula Área utilizada dentro do espaço agrário
para a produção vegetal e animal.

Superfície agrícola utilizada (SAU) Área efetivamente ocupada com as culturas.

Recapitulando

Espaço rural ⇨ Espaço agrícola ⇨ Espaço agrário ⇨ SAU

Paisagens agrárias - Paisagens que, pelas características físicas e humanas da sua atividade agrícola, podem ser agrupadas ou tipificadas. Estas características são:

  • Sistemas de cultura;
  • Morfologia agrária;
  • Tipo de povoamento.

 As paisagens agrárias definem as regiões agrárias naturais e administrativas.

Sistemas de cultura

 Definidos pelas plantas cultivadas e pelas técnicas usadas, os sistemas de cultura ramificam-se em dois tipos: intensivo e extensivo.

1 - Sistema intensivo 

 No sistema intensivo o solo é totalmente ocupado.
 Necessita de solos férteis, água em abundância e muita mão de obra.
 Na agricultura tradicional, domina a policultura.
 Predominam as culturas de regadio.
 As explorações são de pequena dimensão, geralmente situadas em relevo acidentado.
 É característico no Entre-Douro e Minho, na Beira Litoral e no Ribatejo e Oeste.

2 - Sistema extensivo

 No sistema intensivo não há ocupação permanente e contínua do solo.
 Ocorre em solos secos.
 Há uma rotação de culturas de pousio.
 Domina a monocultura.
 Predominam as culturas de sequeiro na agricultura tradicional.
 As explorações são de média e grande dimensão, situadas em relevo plano.
 É característico no Entre Douro e Minho, na Beira Litoral e no Ribatejo e Oeste.

Pousio - Parcela sem produção durante um ano.

Morfologia agrária

 A morfologia é o aspeto dos campos devido à forma e dimensão das parcelas cultivadas. Esta também se ramifica em dois tipos: o campo fechado e o campo aberto.

1 - Campo fechado

 Campo vedado por muros, arbustos e árvores.
 Pequenas parcelas de forma irregular.
 Explorações familiares de pequenas dimensões.
 Agricultura tradicional com dificuldades de modernização.
 Predomina no Minho, Algarve e Litoral Centro.

2 - Campo aberto

 Campos sem vedações (limitados por pequenas marcas).
 Parcelas de grandes dimensões de forma regular.
 Explorações de grandes dimensões.
 Agricultura moderna.
 Tipo característico no Alentejo e Ribatejo.

Tipo de povoamento

 O tipo de povoamente é a organização e distribuição das habitações e instalações de apoio no espaço rural. Este pode ser:

  • Diperso desordenado;
  • Disperso alinhado;
  • Concentrado em grandes aldeias muito afastadas;
  • Concentrado em pequenas aldeias próximas;
  • Misto.

As regiões agrárias

Entre Douro e Minho 

  • Agricultura intensiva;
  • Policultura;
  • Regadio;
  • Propriedades de pequenas dimensões (minifúndios);
  • Predomina a exploração por conta própria;
  • Povoamento disperso;
  • O milho é a cultura temporária dominante;
  • A vinha é a cultura permanente dominante;
  • Predomina a criação de gado bovino.

Trás-os-Montes

  • Agricultura extensiva afastada das aldeias e intensiva junto;
  • Policultura junto às aldeias e monocultura afastada;
  • Povoamento concentrado;
  • As explorações por conta própria são em número idêntico às do arrendamento;
  • O centeio e a batata são a principal cultura temporária;
  • As culturas permanentes são o olival, a vinha e os soutos;
  • Predomina a criação de bovinos e suínos.

Beira Litoral

  • Agricultura intensiva e tradicional;
  • Policultura;
  • Regadio;
  • Pequenas propriedades fechadas;
  • Predomina a exploração por conta própria;
  • Povoamento disperso;
  • O milho é a cultura predominante;
  • A vinha e o olival são as principais culturas permanentes;
  • Criação de gado suíno, bovino e ovino.

Beira Interior

  • Agricultura extensiva;
  • Monocultura;
  • Sequeiro;
  • Propriedades de maiores dimensões abertas;
  • Povoamento aglomerado;
  • A exploração por conta própria é mais comum;
  • O milho e o centeio são as plantas mais cultivadas;
  • O girassol tem forte expressão;
  • Criação de ovinos dominante.

Ribatejo e Oeste / Lisboa e Vale do Tejo

  • Agricultura intensiva;
  • Policultura e monocultura (Ribatejo);
  • Regadio;
  • A exploração por conta própria é maioritária;
  • Campos abertos;
  • Propriedades de médias e grandes dimensões no Ribatejo;
  • O milho, as batatas e produtos hortícolas são os mais cultivados;
  • A colza é a cultura industrial mais importante;
  • Predomina criação intensiva de gado suíno.

Ribatejo e Oeste / Lisboa e Vale do Tejo

  • Agricultura intensiva;
  • Policultura e monocultura (Ribatejo);
  • Regadio;
  • A exploração por conta própria é maioritária;
  • Campos abertos;
  • Propriedades de médias e grandes dimensões no Ribatejo;
  • O milho, as batatas e produtos hortícolas são os mais cultivados;
  • A colza é a cultura industrial mais importante;
  • Predomina criação intensiva de gado suíno.

Alentejo

  • Agricultura extensiva;
  • Monocultura de sequeiro;
  • Povoamento concentrado;
  • Campos abertos;
  • Predominam as propriedades de grandes dimensões (latifúndios);
  • A exploração por conta própria é dominante mas o arrendamento tem a maior expressão do pais;
  • A principal cultura temporária é o trigo seguida do girassol;
  • Azinheira, sobreiro, oliveira e vinha dominam as culturas permanentes;
  • Criação de ovinos e suínos em regime extensivo.

Algrave

  • Agricultura intensiva;
  • Policultura;
  • Regadio;
  • Povoamento disperso;
  • Propriedade de pequena dimensão quase sempre aberta;
  • Cultura permanente de frutos secos e citrinos;
  • Criação de gado ovino e suíno em regime extensivo.

Açores

  • Agricultura intensiva;
  • Campos fechados por sebes ou muros;
  • Propriedades de pequenas dimensões de formas irregulares;
  • Povoamento disperso;
  • Predomina a exploração por conta própria;
  • Escalonamento das culturas com a altitude;
  • O trigo, milho e batata são as principais culturas temporárias;
  • As pastagens são numerosas;
  • Frutos frescos, subtropicais e vinha são culturas permanentes;
  • Chá, tabaco e beterraba são culturas industriais;
  • O gado bovino é criado ao ar livre em regime extensivo.

Madeira

  • Agricultura intensiva;
  • Policultura com escalonamento em altitude;
  • Propriedades muito pequenas (microfúndios);
  • Campos fechados e socalcos;
  • Povoamento disperso;
  • Predomina a exploração por conta própria;
  • A horticultura e floricultura são as culturas temporárias dominantes;
  • A vinha e as culturas subtropicais dominam as culturas permanentes.

Características das explorações agrícolas

 Exploração agrícola  é a unidade técnico-económica que utiliza mão de obra e fatores de produção próprios, satisfazendo quatro condições:

  • Produzir um ou vários produtos agrícolas;
  • Atingir ou ultrapassar uma certa dimensão (área, número de animais,...);
  • Ter uma única gestão;
  • Ter uma localização determinada e identificável.
As explorações agrícolas caraterizam-se pela estrutura fundiária e pela superfície agrícola utilizada (SAU).

Estrutura fundiária - Forma como o espaço rural se organiza em propriedades. Devide-se em:

  • Microfúndios, < 1 ha;
  • Minifúndios, < 5 ha;
  • Média dimensão, > 5 ha e < 50 ha;
  • Latifúndio, > 50 ha.

Em Portugal, o número de explorações tem vindo a diminuir, mas a dimensão média tem está a aumentar.

Quando há um grande número de pequenas explorações, o desenvolvimento da agricultura fica condicionado, visto que elas limitam a mecanização e a modernização.

Superfície agrícola utilizada (SAU) - Área efetivamente ocupada com as culturas. Está diretamente relacionada com a dimensão da exploração. A sua distribuição é muito desigual, devido às características do relevo e da ocupação humana.

 Relevo aplanado, fraca densidade populacional e povoamento concentrado resultam em vastas extensões da SAU, como se verifica no Alentejo.

 Relevo acidentado, maior densidade populacional e povoamento disperso resultam em menores áreas disponíveis para a SAU, como se verifica na Madeira, Beira Litoral e Entre Douro e Minho.

Estrutura da SAU

  • Terras aráveis - Área ocupada com culturas temporárias e campos em pousio;
  • Culturas permanentes - Espécies que ocupam o solo durante um longo período, mais de cinco anos, como o olival, a vinha e o pomar;
  • Culturas temporárias - Culturas cujo ciclo vegetativo não excede um ano (as anuais) e também as que são ressemeadas com intervalos inferiores a cinco anos (morangos, espargos, prados temporários,...)
  • Pastagens permanentes - Áreas semeadas com espécies por períodos superiores a 5 anos para pasto de gado;
  • Horta familiar - Área ocupada com produtos hortícolas ou frutos para autoconsumo.
As Terras aráveis dominam na Beira Litoral, culturas permanentes dominam no Algarve, Madeira e Trás-os-Montes, pastagens permanentes dominam os Açores, Alentejo e Beira Interior

Exploração da SUA

  • Conta própria - O produtor é também o dono da terra;
  • Arrendamento - O produtor explora uma terra que não é sua, pagando uma renda.

A exploração por conta própria predomina, exceto nos Açores.

Na  exploração por conta própria, o produtor:

  • Procura obter os melhores resultados das colheitas, mas preserva os solos;
  • Investe em melhoramentos fundiários (redes de drenagem, rega permanente, correção dos solos,...);
  • Preocupa-se e participa na preservação das espécies e na prevenção dos fogos;
  • Pratica outras atividades, diversificando a economia local e promovendo o desenvolvimento sustentável.

Na  exploração por arrendamento, o produtor:

  • Preocupa-se apenas em obter os melhores resultados das colheitas durante a duração do contrato;
  • Não tem como prioridade a preservação dos solos e a sua produtividade;
  • Não investe no terreno;
  • Evita o abandono de terras.

Tipos de agricultura

A combinação dos fatores naturais e dos fatores humanos permite distinguir dois tipos de agricultura: a moderna, ou de mercado, da tradicional, ou de subsistência.

Agricultura tradicional

 O pricipal objetivo da produçao é produzir o suficiente para alimentar a família.

 O seu desenvolvimento tecnológico consiste em:

  • Práticas rudimentares e rotineiras;
  • Técnicas simples;
  • Instrumentos básicos e antiquados;
  • Utilização de animais de apoio;
  • Uso de fertilizantes naturais;
  • Escasso uso de pesticidas e herbicidas.
Já a sua organização económica traduz-se:

  • Na utilização de mão de obra numerosa;
  • Em explorações de dimensões reduzidas;
  • Na prática da policultura;
  • Nos baixo rendimento agrícola;
  • Na reduzida produtividade;
  • Na exploração em regime intensivo.

Nota: produtividade é a relação entre a quantidade produzida e a superfície usada para a produzir.

Agricultura moderna

 O pricipal objetivo da produçao maciça destinada ao mercado.

 O seu desenvolvimento tecnológico consiste em:

  • Prática científica e tecnológica;
  • Técnicas complexas e planeadas;
  • Recurso a todo o tipo de maquinaria;
  • Recurso a produtos químicos;
  • Estudos de solos, seleção de espécies produtivas e resistentes.
Já a sua organização económica traduz-se:
  • Na ocupação de escassa mão de obra;
  • Em explorações de grandes dimensões;
  • Na prática da monocultura;
  • No elevado rendimento agrícola;
  • Na elevada produtividade;
  • Na exploração em regime extensivo;

A Produção agrícola em Portugal

 Ocupando 12,3% do território nacional, a agricultura contribui com 6,9% no PIB (dados de 2019).

Culturas temporárias mais comuns: 

  • Milho;
  • Trigo;
  • Arroz;
  • Centeio;
  • Aveia;
  • Cevada;
  • Triticale;
  • Batata.

Culturas temporárias industriais mais comuns: 

  • Tomate;
  • Girassol.

Culturas permanentes mais comuns: 

  • Olival;
  • Vinha;
  • Citrinos.

Patagens permanentes em Portugal

 A terreno ocupado pelas pastagens permanentes passou de 20% para 51% em trinta anos.
 Houve uma troca de posição com as terras aráveis.
 Há uma relação direta com a produção animal

Hortas familiares em Portugal

 O território ocupado equivale a 1%.
 Há maior destaque em Trás-os-Montes e na Beira Litoral.

Produção animal em Portugal

 A produção animal organiza-se em pecuária intensiva (criação de gado em estábulos e alimentados a ração) e extensiva (criação de gado que, pelo menos uma parte do ano, é em pastagem - regime de pastoreio).

 Esta abrange cinco grandes grupos:

  • Bovinos;
  • Suínos;
  • Ovinos;
  • Caprinos;
  • Aves.

1 - Bovinos

 Há cerca de 50 mil explorações.
 1.600.000 cabeças, em que 60% estão em regime extensivo.
 Dois terços das vacas são leiteiras.
 Predominantes no Alentejo, Entre Douro e Minho e nos Açores.

2 - Suinos

 Há cerca de 50 mil explorações.
 2.100.000 cabeças.
 Predominantes no Alentejo, Ribatejo e Oeste e Beira Litoral.

3 - Ovino

 Há cerca de 50 mil explorações.
 2.270.000 cabeças.
 Predominantes no Alentejo e na Beira Interior.

4 - Caprinos

 Há cerca de 30 mil explorações.
 350.000 cabeças.
 Predominantes no Alentejo, Beira Interior e Beira Litoral.

5 - Aves

 Há cerca de 160 mil explorações, o que corresponde a 53% de todas as explorações animais em Portugal.
 337.699.000 cabeças.
 Predominantes na Beira Litoral, Ribatejo e Oeste e Entre Douro e Minho.

Produção florestal / Silvicultura em Portugal

 A produção florestar tem vindo a diminuir, devido à sua conversão para uso urbano ou pastagens.
 O pinheiro bravo, o sobreiro e o eucalipto são as espécies dominantes.
 Os Principais problemas da produção florestal são:

  • A má gestão dos povoamentos florestais;
  • Práticas agrícolas incorretas;
  • Atitudes negligentes;
  • Práticas criminosas.
Os incêndios:

  • Destróiem a riqueza nacional;
  • Dificultam a regeneração das florestas;
  • Aumentam do risco de degradação dos solos;
  • Aumentam do risco de alterações climáticas.

As debilidades do setor agrícula

 Este setor enfrenta sérias dificuldades, em consequência de:

  • Variações climáticas;
  • Bons e maus anos agrícolas;
  • Quebras de rendimento;
  • Falta de apoios.

Deficiências estruturais

Não só resultam de condicionantes naturais:

  • Irregularidades do relevo;
  • Irregularidades das precipitações;
  • Pobreza e pouca profundidade dos solos.

Mas também resultam de condicionantes humanas: 

  • Densidade demográfica;
  • Envelhecimento populacional;
  • Partilha das terras por herança;
  • Reduzida dimensão das explorações agrícolas;
  • Excessiva fragmentação e dispersão das parcelas.

As deficiências estruturais refletem-se nos níveis de rendimento e de produtividade.

Valor modal

Modalidade epistémica de certeza O sol nasce todos os dias. Modalidade epistémica de probabilidade Pode sair Camões no exame. Modalidade deô...